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" Ó, BENDITO QUE SEMEIA LIVROS..."

jjuncal10

JOSÉ WALTER PIRES -

SOCIÓLOGO, ADVOGADO, POETA, CORDELISTA E ESCRITOR

MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LITERATURA DE CORDEL


Estou na Praça Coronel Zeca Leite, mais precisamente ao lado do anfiteatro, onde se instalou uma "Feira Popular de Livros”, dos mais diversos autores, desde os grandes filósofos, antigos e modernos, livros científicos, literatura brasileira e estrangeira, romances, poesias, além de fartos produtos infantis, a exemplo das mega livrarias, que não deixo de visitar nas idas a Salvador. Isso se deu há quase um mês, para a visitação pública e, naturalmente, compras ao gosto de cada um, desde os mais diversos (não tantos) e exigentes leitores.


Estava viajando e só retornei nesta semana, quando me deparei com esta novidade, em Brumado, cidade não afeita a esse tipo de evento aqui na praça, que fervilha de frequentadores em outros momentos.


Confesso o meu êxtase! Assim, logo após de acomodar as bagagens e descansar um pouco da longa viagem, dirigi-me à Feira, para acariciar, isso mesmo, aquela fartura de livros, sentindo o seu cheiro, tocando nas texturas, folheando alguns, lendo orelhas de outros, enfim embevecido.


Livros me proporcionam este estado d’alma. Mas só isso não me deixava satisfeito. Eu estava muito aborrecido com as notícias de uma bienal do livro, em Salvador, no novo centro de convenções construído, pelo seu ex-prefeito, ACM NETO, às portas de uma derrota política por um ilustre desconhecido da Administração Estadual.


Todos vamos experimentar o resultado das manobras políticas costumeiras. O que comento apenas pelas minhas expectativas.


Pois bem: conversei com os responsáveis e me identifiquei, solicitando-lhes um espaço para exposição dos meus livros e cordéis...foram solícitos e me instalei entre os famosos autores naquela montanha de livros expostos.


Vendi alguma coisa. Pouca mesmo. Mas indiquei livros à compra aos indecisos, sem impor os meus, claro. Afinal de contas, a minha relação com livros sempre foi muito grande.


As bibliotecas sempre foram um lugar de constante frequência. Sei como comprar um bom livro, caso me seja desconhecido o autor. Senti-me feliz com isso.


Ali permaneci, sob enlevo, por várias horas, conversando com os visitantes, reencontrando ex-alunos, já avós e bisavós, que se lembraram das minhas peripécias pedagógicas e o meu tipo envolvente das aulas, ainda que nos últimos horários da noite.


Entretanto, não me encontrei com pessoas envolvidas com a cultura local ou produzem literatura. Gostaria de ter conversado. Discutir perspectivas ou projetos futuros. Durante a pandemia fiz várias participações virtuais ou lives, que me foram pagas. Muitas cidades fizeram isso com recursos da Lei Audir Blanc. Isso deverá continuar.


Ainda tomei a iniciativa de propor a criação de uma semana especifica, promovida pelo Município e a participação da comunidade artística brumadense e outros setores. Para tanto fiz contato com o responsável pela exposição atual, sem custos, como faz pelas diversas cidades interioranas. Admirável empreendimento. Mas imaginem: como transportar tantos livros, em caminhões fretados, como vão fazer amanhã, pagando R$ 1.800,00 reais, até Bom Jesus da Lapa, para onde irão. Mas não quis entrar nesse mérito com eles. "Quem não tem competência, não se estabelece", diz o provérbio.


Finalmente, gostei do que fiz e dos contatos mantidos sobretudo com ex-alunos e crianças com as quais trabalhei na Monteiro Lobato. Falei-lhes sobre as minhas obras e da importância dos livros e da leitura.


Enfim, estou de alma lavada e satisfeito.



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