“AINDA ESTAMOS AQUI” NO OSCAR É UM CHAMADO MUNDIAL PARA A HISTÓRIA QUE MUITOS BRASILEIROS NEGAM!

BIA MONTES, JORNALISTA, ATUANTE NAS ÁREAS DE ASSESSORIA POLÍTICA E GESTÃO DE CRISE. ATUOU POR 20 ANOS EM ASSESSORIA POLÍTICA E COORDENAÇÃO ESTRATÉGICA DE CAMPANHAS POLÍTICAS. HOJE, PRODUTORA DE REPORTAGEM NA TV BAND, ESCRITORA DE CONTOS E ARTIGOS DE OPINIÃO

O filme "Ainda Estamos Aqui", de Valter Sales, ao conquistar o Oscar de 2025, não apenas se destacou como uma obra de arte, mas também se firmou como um marco importante na história do Brasil. Este reconhecimento internacional lançou luz sobre questões fundamentais da nossa sociedade, principalmente em um momento em que parte da população ainda nega a gravidade e os impactos do golpe militar de 1964. 

A vitória no Oscar representa uma validação da narrativa que o filme traz à tona: a luta pela memória, verdade e justiça em relação aos anos de repressão e autoritarismo enfrentados por muitos brasileiros. Através de relatos emocionantes e uma abordagem sensível, "Ainda Estamos Aqui" revela as feridas ainda abertas da ditadura, mostrando não apenas a dor das vítimas, mas também a resiliência e a força daqueles que resistiram. 

Em um contexto onde alguns setores da sociedade tentam minimizar ou até mesmo apagar a história do golpe militar, a premiação do filme serve como um lembrete poderoso da importância de reconhecer e discutir o passado. A negação da história não apenas prejudica a memória coletiva, mas também impede que aprendamos com os erros do passado e avancemos como uma sociedade mais justa e democrática. 

A consagração de "Ainda Estamos Aqui" no Oscar é um chamado à reflexão sobre nossos valores e sobre como a arte pode ser uma ferramenta crucial para promover o diálogo e a conscientização. É um convite para que todos, especialmente os mais jovens, conheçam a história do Brasil em sua totalidade, sem filtros ou omissões, e entendam a importância da liberdade e dos direitos humanos. 

Ao celebrar essa conquista, somos lembrados da necessidade de desenterrar o passado, valorizar a verdade e garantir que histórias como a de "Ainda Estamos Aqui" continuem a ser contadas, ensinando gerações sobre a luta pela democracia e a proteção dos direitos fundamentais. O filme não é apenas uma obra cinematográfica; é uma afirmação da nossa identidade e um passo em direção a um futuro onde a memória é preservada e honrada.