
Antes da energia elétrica, a iluminação pública geralmente era através dos lampiões aquerosene elevados aos postes. Na cidade de Mucugê, via-se flutuar no espaço um festival iluminado pelos extraterrestres.
Atraído pelo comentário, aparece um visitante para certificar o fato e hospeda-se em uma pensão de propriedade de um senhor conhec
ido por Seu Zé, de quem obteve detalhadas informações.
Disse-lhe Seu Zé: “Nesta cidade, existe um poço encantado, de água cristalina, dentro de uma gruta de pedras esculpidas pela própria
água, onde alguns troncos de árvores são vistos a mais de 50 metros de profundidade, em razão do reflexo do sol, nos meses de junho e julho, quando a luz solar é mais brilhante”.
Abaixo de tamanha profundidade, corre um rio subterrâneo, onde f
oi encontrada uma espécie de peixe cego e todo branquinho que vive isolado dos outros peixes.
Depois do jantar, o visitante saiu pela rua, em uma bela noite de luar, usufruindo do maravilhoso clima daquela cidade a 984 metros acima do nível do mar. Logo mais, encontrou-se com uma bonita mulher. Na conversa entre eles, recebeu dela um convite para ir até a sua casa. Ele
recusou a delicadeza, considerando-se um forasteiro.
Mas, ao ouvir de novo da dita mulher que ela era uma pessoa solitária, ele decidiu reconsiderar e aceitar o seu convite, acompanhando-a até sua casa. Lá chegando, ela abriu a porta e, em seguida, acendeu um candeeiro a querosene na sala e outro num quarto ao lado para o encontro entre eles.
Na calada da madrugada, porém, o companheiro foi advertido a procurar a pensão em que havia se hospedado, para que ele não fosse visto ali. Assim o fez.
De volta a sua hospedagem, lembrou-se de que havia esquecido o seu relógio naquela casa. Decidiu levar o fato ao conhecimento de Seu Zé e pedir-lhe sua compa
nhia para irem em busca do relógio.
Ao chegarem à dita casa, Seu Zé disse-lhe que ali não morava ninguém. Mas, diante da insistência do visitante, Seu Zé arrombou a porta, e lá estava um candeeiro apagado na sala, outro no quarto e, sobre um criado mudo, ao lado de uma cama, o relógio do forasteiro.
– Olha aí, aqueles dois candeeiros permaneceram acesos durante todo o tempo em que estive aqui e, para comprovação, o meu relógio é encontrado; e veja: aquela foto na parede é da mulher com quem fiz amor até altas horas da madrugada – disse ele a S
eu Zé.
– Tudo bem, cidadão. Eu não tenho nenhuma dúvida sobre o que o senhor está me dizendo, mas aquela foto é de uma mulher que há muito tempo já morreu, e nesta casa, nunca mais, morou alguém – Retrucou-lhe Seu Zé.

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