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CHUVA DAS ÁGUAS

jjuncal10

JOSÉ WALTER PIRES -

SOCIÓLOGO, ADVOGADO, POETA, CORDELISTA E ESCRITOR


“Chuvas das águas”, como eram chamadas

As que caíam sempre copiosas,

Até dezembro, em cada ano, esperadas

No sertão, aos costumes, dadivosas.


Já com as suas terras preparadas,

O camponês, de mãos laboriosas,

As covas rasas eram semeadas

Com a fé em colheitas venturosas.


Como sempre a caatinga agradecida

Renascia formosa e verdejante

Pois “a chuva na terra é que dá vida”.


“Ô deixa chover, ô deixa molhar! ” (*)

— Como dizia meu pai, exultante —,

Com “cada pingo um pote” a desejar.


(*) Refrão adaptado no xote “Hino ao nordestino”, de Moraes Moreira




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