
JOSÉ WALTER PIRES -
SOCIÓLOGO, ADVOGADO, POETA, CORDELISTA E ESCRITOR
“Chuvas das águas”, como eram chamadas
As que caíam sempre copiosas,
Até dezembro, em cada ano, esperadas
No sertão, aos costumes, dadivosas.
Já com as suas terras preparadas,
O camponês, de mãos laboriosas,
As covas rasas eram semeadas
Com a fé em colheitas venturosas.
Como sempre a caatinga agradecida
Renascia formosa e verdejante
Pois “a chuva na terra é que dá vida”.
“Ô deixa chover, ô deixa molhar! ” (*)
— Como dizia meu pai, exultante —,
Com “cada pingo um pote” a desejar.
(*) Refrão adaptado no xote “Hino ao nordestino”, de Moraes Moreira







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