
Olá, leitores e leitoras!
Não teria um assunto mais propício para falarmos que não fosse nossa atualidade, o COVID-19. Então, hoje, falaremos do próprio, porém, relacionado à gestação. Em primeiro lugar, devemos levar em consideração que por se tratar de uma doença “nova” (dezembro de 2019), a literatura ainda não apresenta estudos bem definidos. Logo, os dados coletados são de relatos de casos e de opiniões de especialistas.
1- PRINCIPAIS ACHADOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS DO COVID-19 NA GESTAÇÃO:
O COVID-19 pode se manifestar de maneira ASSINTOMÁTICA, ou seja, cursar sem apresentar sintomas. Também pode evoluir com sintomas leves, moderados, graves ou potencialmente fatais. No caso dos sintomas em gestantes, os mais frequentes são:
• Manifestações clínicas: febre (68%), tosse seca (34%), mal-estar (13%) e dispneia (12%). Diarreia ocorre em 6% dos casos.
• Alterações laboratoriais: linfopenia (59%) e elevação da Proteína C-reativa (PCR) (70%) (3).
2- PROGNÓSTICO DA INFECÇÃO POR COVID-19 EM GESTANTES:
DRª, o que é prognóstico?
É o provável desenvolvimento futuro de uma doença. Comparando com outras doenças a nível de pandemia, que acometeram o sistema respiratório, podemos observar que grávidas e puérperas tem mais chances de evolução para formas graves e até mesmo a morte. Porém, os estudos atuais demonstraram que gestantes infectadas pelo COVID-19 não apresentaram evoluções críticas e desfavoráveis.
3- RISCO DE TRANSMISSÃO VERTICAL (DA MÃE PARA O FILHO) DURANTE A GESTAÇÃO, O PARTO E A LACTAÇÃO :
Um estudo realizado em 6 gestantes infectadas pelo COVID
D-19 no final da gestação, analisou amostras de líquido amniótico, sangue do cordão umbilical, leite materno e swab nasofarígeo dos recém-nascidos. Todos os resultados foram negativos. Outro estudo foi realizado avaliando 85 recém-nascidos (92% cesárea e 8% parto vaginal) e uma série de casos com 18 nascimentos de mulheres com COVID-19 (45% cesárea e 55% parto vaginal) e em nenhum desses casos obteve positividade para transmissão vertical. Ou seja, até o momento não há nenhuma confirmação de casos com transmissão vertical para COVID-19.
4- COMO EVITAR A INFECÇÃO:
As gestantes devem seguir as mesmas orientações dadas para todo a população:
Evite pessoas doentes
Limpe as mãos frequentemente usando sabão e água ou desinfetante para as mãos à base de álcool
Evite aglomerações
Para reduzir o risco de transmissão do vírus da mãe para o recém-nascido, importante considerar a separação temporária da mãe positivada ou um caso suspeito do bebê (como quartos separados, por exemplo).
Uma mãe infectada ou com suspeita deve ter toda cautela possível para não transmitir o vírus ao bebê, como lavar as mãos antes de tocá-lo e usando máscara facial durante a amamentação. Se estiver em uso de bomba manual ou elétrica, a mãe deve lavar as mãos antes de tocar em qualquer peça da bomba ou da garrafa e seguir as recomendações para uma limpeza adequada da bomba após cada uso. Se possível, pedir ajuda de alguém que não esteja infectado para alimentar o bebê. Cuidem-se!

Por : Dra. Isadora Juncal - Médica Ginecologista e Obstetra
CRM/DF 22498
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