CRÔNICA - BRIGANDO COM TODO RESPEITO
- jjuncal10
- 24 de mar.
- 2 min de leitura

Por Nelson Neves - Pedagogo, Pós-graduado em Coordenação Pedagógica, Escritor de Literatura Infanto-Juvenil e de Romance
As brigas sempre foram marcantes entre os seres humanos, ocorrendo por motivos diversos. Geralmente, as consequências dessas disputas também são variadas. No chamado mundo moderno, as brigas ainda existem e, embora muito comuns, pode-se dizer que muitos dos conflitos que antes resultavam em agressões físicas hoje se resolvem com diálogo.
Em outros casos, questões que outrora terminariam em brigas são solucionadas nos tribunais, mantidos pelo Estado, com regras já estabelecidas. Claro que ainda há barbáries! Mas uma coisa é certa: todos hão de concordar que as brigas devem ser evitadas. Quando brigamos, ferimos pessoas física e verbalmente; guardamos mágoas e também nos tornamos alvo de ressentimentos. Certamente, quem nunca participou de uma briga pelo menos já presenciou uma. E os famosos bate-bocas? Esses são mais comuns do que políticos corruptos. Aliás, políticos corruptos já são verdadeiras pandemias!
Falando em políticos, há um tipo de bate-boca muito peculiar: os dos parlamentares. Pode-se dizer que eles encontraram uma maneira elegante ou inusitada de brigar, AFINAL, OS DISTINTOS SENHORES DO CONGRESSO NACIONAL PRECISAM MANTER O INABALÁVEL DECORO PARLAMENTAR kkk. Talvez seja o que se pode chamar de “brigando com todo respeito”.
As brigas respeitosas são mais ou menos assim:
— Vossa Excelência é um corrupto.
— Vossa Senhoria envergonha esta casa.
— Com todo respeito, mas o senhor é indigno do cargo que ocupa.
Assisti a uma dessas respeitosas discussões pela TV e fiquei imaginando: como um senador ou deputado matando alguém com todo respeito? Seria possível? Para nós, simples mortais, certamente não. Mas para quem briga com todo respeito, talvez fosse assim:
— Quero avisar a Vossa Excelência que preciso matá-lo. O senhor não merece viver. — O senhor é uma vergonha para a humanidade. Eu, sim, sou um exemplo de virtude! — Com todo respeito, vou matá-lo agora, senhor.
De fato, nossos parlamentares são bem criativos. Mas seria melhor se essa criatividade fosse usada para desenvolver bons projetos para o país.
Seja como for, essa ideia de matar com todo respeito é apenas uma brincadeira. Mas uma coisa não é brincadeira: o roubo do dinheiro público com todo respeito. Como será que isso acontece? Isso é complexo demais para mim. Mas, se um dia eu encontrar um parlamentar, juro que pergunto como se rouba dinheiro público com todo respeito.
Vou ficando por aqui com todo respeito...
E quem não gostou da crônica, que pelo menos não goste com todo respeito.







Comments