
Muitos de nós, herdeiros dos ensinamentos do Cristo através do Evangelho, permanecemos presos a obstáculos de toda sorte “na província nebulosa da queixa”, conforme declara o Benfeitor espiritual Emmanuel.
Lastimamos não haver recebido nos dias de juventude e de facilidades materiais, os ensinos reveladores do evangelho.
Mas, ao alcançarmos o amadurecimento da existência terrena, continuamos a praticar os mesmos atos infelizes, sustentando as mesmas tendências perniciosas que impedem nosso crescimento espiritual.
A contradição entre o parecer ter vontade de ajudar e o realizar de fato, está sempre nos cercando. Quando há oportunidade de serviço e a saúde está perfeita, não temos tempo; quando estamos doentes, sentimos falta de não sermos convidados ao trabalho, porque ouvimos dizer que o trabalho no bem ajuda a termos saúde.
Essas manifestações destrutivas precisam ser combatidas em nossa personalidade se desejamos nos manter a salvo de envolvimentos espirituais que nos adoecem física e espiritualmente.
No evangelho de Mateus 9:37, Jesus afirma enfaticamente aos discípulos: "A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos.”
Os ensinamentos do Mestre são dirigidos, principalmente, à multidão de corações desalentados e errantes que se assemelhava, segundo a narrativa do evangelista, a um rebanho sem pastor: fisionomias tristes, olhos suplicantes... É preciso erguer os olhos e nos levantarmos desse comodismo no qual nos mantemos e colher valores novos, nos enriquecendo, nos nutrindo através de um trabalho laborioso de iluminação espiritual.
Mas, para que isso aconteça, o Benfeitor Emmanuel, nos diz que é imprescindível nos elevemos as esferas mais altas, buscando conhecimentos superiores e verdades eternas que proclamam que a felicidade não é um mito, que a vida não constitui apenas o curto período de manifestações carnais na Terra, que a paz é tesouro dos filhos de Deus, que a grandeza divina é a maravilhosa destinação das criaturas; no entanto, para receber tão altos dons é indispensável erguer os olhos, elevar o entendimento e santificar os raciocínios.
Em qualquer posição na qual estejamos e em qualquer tempo no qual nos situemos, estamos cercados pelas possibilidades de serviço com Jesus. E é para todos nós, que já recebemos as dádivas divinas dessas oportunidades, que o apóstolo Paulo de Tarso pronunciou o desafio que ele próprio recebeu:
E agora, por que te deténs?
Emmanuel portanto, traz o relato do Apóstolo dos gentios através da mensagem, Um Desfio – livro Caminho, verdade e vida – lição 147.
“E agora por que te deténs?”
(ATOS 22:16.)
Relatando à multidão sua inesquecível experiência às portas de Damasco, o Apóstolo dos gentios conta que, em face da perplexidade que o defrontara, perguntou-lhe Ananias, em advertência fraterna:
“E agora por que te deténs?”
A interrogação merece ser meditada por todos os que já receberam convites, apelos, dádivas ou socorros do plano espiritual. Inumeráveis beneficiários do Evangelho prendem-se a obstáculos de toda sorte na província nebulosa da queixa.
Se felicitados pela luz da fé, lastimam não haver conhecido a verdade na juventude ou nos dias de abastança; contudo, na idade madura ou na dificuldade material, sustentam as mesmas tendências inferiores.
Nas palavras, exteriorizam sempre grande boa-vontade; entretanto, quando chamados ao serviço ativo, queixam-se imediatamente da falta de dinheiro, de saúde, de tempo, de forças.
São operários contraditórios que, ao tempo do equilíbrio orgânico, exigem repouso e, na época de enfermidade corporal, alegam saudades do serviço.
É indispensável combater essas expressões destrutivas da personalidade. Em qualquer posição e em qualquer tempo, estamos cercados pelas possibilidades de serviço com o Salvador. E, para todos nós, que recebemos as dádivas divinas, de mil modos diversos, foi pronunciado o sublime desafio:
“E agora por que te deténs?”








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