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MAS AFINAL DE CONTAS, SOIS O QUÊ?


MARCELO BRASILEIRO - CIDADÃO

Militar da reserva das forças armadas - Advogado com especialização em direito Marítimo, Direito Ambiental

Pós graduado pela Escola da Magistratura do Estado do Espírito Santo


De que adianta se dizer "livre e de bons costumes", enquanto calas ante à toda covardia e todo um nojento e asqueroso caldo de injustiças cometidas contra teu semelhante? 

  

Sim, semelhante. 

  

Ele tem cabeça, tronco, membros, músculos, tendões, neurônios, sentimentos, espírito, alma, consciência e coração.  

  

Sim, teu semelhante. 

  

De que adianta se dizer "livre e de bons costumes", enquanto o preço da sua omissão é o atropelo às boas leis da República, o vilipendio às públicas liberdades cidadãs e o contínuo escravizar dos teus parentes, amigos, vizinhos e dos quais, ainda que desconhecidos, teus semelhantes? 


Sem embargo de consciência, acredito (mesmo) que a hipocrisia seja um dos maiores e mais nocivos dos humanos vícios e como tal, da virtude afasta os humanos que se julgam e se dizem "livres e de bons costumes". 

  

A hipocrisia é o mais autêntico e descarado dos vícios, eis que encobre todos os demais. 

  

Ela é a capa tingida e lustrosa que dá guarida a todos os demais vícios que alguém possa ter. 

  

De que adianta então entoar "odes" à liberdade, poemas à igualdade (formal) e fervorosos discursos em favor da solidariedade, se calo ante à opressão, se apenas reconheço a liberdade entre os meus (meus iguais) e se a tal solidariedade apenas me serve como pomposa vestimenta que se presta a dissimular nos gestos, minhas recônditas vergonhas? 

  

Meus mais sofregos vícios... 

  

A hipocrisia é a incoerência do discurso! 

  

Homens livres e de bons costumes que tantas vezes se levantaram para construir templos à virtude na mesma terra em que deixavam cavadas masmorras aos vícios, donde estais agora? 

  

Onde estão todos? 

  

Acaso cegos, surdos, mudos e de mãos atadas pelo próprio e estéril formalismo da pura conveniência? 

  

Sois o quê, afinal de contas? 

  

Afinal de contas, sois o quê? 

  

Ainda que estejam em tais condições - cegos, surdos, mudos e de mãos atadas pela força da conveniência, espero que ao menos tenham a exata medida da necessária sensibilidade que vos sejam suficientemente bastante para meditar sobre o tosco semblante que aparece na reproduzida imagem desse "semelhante" e, quem sabe (quem sabe), poder conjugá-la aos versos do arauto cancioneiro.  

  

"Hoje você é quem manda 

Falou, 'tá falado 

Não tem discussão, não 

A minha gente hoje anda falando de lado 

E olhando pro chão, viu 

Você que inventou esse estado 

E inventou de inventar 

Toda a escuridão 

Você que inventou o pecado 

Esqueceu-se de inventar o perdão. 

Apesar de você, amanhã há de ser. 

Outro dia." 









 
 
 

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