MAS AFINAL DE CONTAS, SOIS O QUÊ?
- jjuncal10
- 12 de jan.
- 2 min de leitura

MARCELO BRASILEIRO - CIDADÃO
Militar da reserva das forças armadas - Advogado com especialização em direito Marítimo, Direito Ambiental
Pós graduado pela Escola da Magistratura do Estado do Espírito Santo
De que adianta se dizer "livre e de bons costumes", enquanto calas ante à toda covardia e todo um nojento e asqueroso caldo de injustiças cometidas contra teu semelhante?
Sim, semelhante.
Ele tem cabeça, tronco, membros, músculos, tendões, neurônios, sentimentos, espírito, alma, consciência e coração.
Sim, teu semelhante.
De que adianta se dizer "livre e de bons costumes", enquanto o preço da sua omissão é o atropelo às boas leis da República, o vilipendio às públicas liberdades cidadãs e o contínuo escravizar dos teus parentes, amigos, vizinhos e dos quais, ainda que desconhecidos, teus semelhantes?

Sem embargo de consciência, acredito (mesmo) que a hipocrisia seja um dos maiores e mais nocivos dos humanos vícios e como tal, da virtude afasta os humanos que se julgam e se dizem "livres e de bons costumes".
A hipocrisia é o mais autêntico e descarado dos vícios, eis que encobre todos os demais.
Ela é a capa tingida e lustrosa que dá guarida a todos os demais vícios que alguém possa ter.
De que adianta então entoar "odes" à liberdade, poemas à igualdade (formal) e fervorosos discursos em favor da solidariedade, se calo ante à opressão, se apenas reconheço a liberdade entre os meus (meus iguais) e se a tal solidariedade apenas me serve como pomposa vestimenta que se presta a dissimular nos gestos, minhas recônditas vergonhas?
Meus mais sofregos vícios...
A hipocrisia é a incoerência do discurso!
Homens livres e de bons costumes que tantas vezes se levantaram para construir templos à virtude na mesma terra em que deixavam cavadas masmorras aos vícios, donde estais agora?
Onde estão todos?
Acaso cegos, surdos, mudos e de mãos atadas pelo próprio e estéril formalismo da pura conveniência?
Sois o quê, afinal de contas?
Afinal de contas, sois o quê?
Ainda que estejam em tais condições - cegos, surdos, mudos e de mãos atadas pela força da conveniência, espero que ao menos tenham a exata medida da necessária sensibilidade que vos sejam suficientemente bastante para meditar sobre o tosco semblante que aparece na reproduzida imagem desse "semelhante" e, quem sabe (quem sabe), poder conjugá-la aos versos do arauto cancioneiro.
"Hoje você é quem manda
Falou, 'tá falado
Não tem discussão, não
A minha gente hoje anda falando de lado
E olhando pro chão, viu
Você que inventou esse estado
E inventou de inventar
Toda a escuridão
Você que inventou o pecado
Esqueceu-se de inventar o perdão.
Apesar de você, amanhã há de ser.
Outro dia."







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