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MULHER SUSPEITA DE ENVOLVIMENTO NA MORTE DE CRIANÇAS NO PIAUÍ É LIBERTADA APÓS REVIRAVOLTA NO CASO E EXPRESSA ALÍVIO!

jjuncal10

POR JOÃO DE JESUS OLIVEIRA SILVA – ACESSOR DE COMUNICAÇÃO, JORNALISTA PELA UESB, REDATOR, REPÓRTER E APRESENTADOR 


Lucélia Maria, apontada como suspeita pela morte de dois meninos envenenados em Parnaíba (PI) em agosto de 2024, concedeu entrevista à TV Clube na terça-feira (14), um dia após ser liberada da prisão, onde permaneceu por cinco meses. 


A mulher expressou alívio com a liberdade provisória, obtida após uma reviravolta no caso: laudos periciais afastaram sua responsabilidade nas mortes, enquanto outra linha de investigação ganhou força.  


Agora, o principal suspeito é Francisco de Assis Pereira da Costa, padrasto da mãe das crianças, também investigado por outras quatro mortes na família, ocorridas no réveillon devido a envenenamento. 


Lucélia, que foi presa em flagrante em 23 de agosto de 2024, relatou ter vivido momentos de terror.  


No dia de sua detenção, foi alvo de uma tentativa de linchamento pelos vizinhos, teve sua casa depredada e incendiada, e sofreu ameaças de outras detentas enquanto estava na penitenciária.  


“Eles começaram a depredar [a casa] comigo ainda dentro. Agradeço muito a Deus e à Polícia que chegou no momento. Senão, tinha morrido eu, meu filho e meu marido”, relembrou. 


As acusações iniciais apontavam que Lucélia teria entregue aos meninos um saco de cajus supostamente envenenados.  


No entanto, perícias recentes descartaram a presença de qualquer substância tóxica nas frutas. Lucélia afirmou nunca ter conhecido os meninos ou a família. “Nunca conheci, não, esse homem, essa mulher, nem os meninos também”, declarou. 


O novo rumo nas investigações foi consolidado após a prisão de Francisco de Assis, apontado como responsável por envenenar um baião de dois servido à família em um almoço no dia 1º de janeiro deste ano, resultando na morte de quatro pessoas.  


Embora tenha sido solta, Lucélia segue como ré no processo, aguardando a possibilidade de ser inocentada, conforme explicou seu advogado, Sammai Cavalcante, que trabalha para limpar o nome da cliente. 


Qual é o enquadramento jurídico dos fatos? 


De acordo com o Dr. João Valença, advogado criminalista do VLV Advogados, a acusação inicial contra Lucélia foi baseada na suspeita de que ela teria entregue frutas envenenadas às crianças, configurando um possível crime de homicídio doloso, previsto no artigo 121 do Código Penal. 


Entretanto, novas perícias afastaram essa hipótese, e o caso ganhou um novo rumo com a investigação apontando outro suspeito: o padrasto da mãe das crianças.  


Essa mudança demonstra a importância de uma apuração técnica e detalhada antes de estabelecer a culpa. 


Como o princípio da presunção de inocência foi aplicado? 


O princípio da presunção de inocência, garantido pelo artigo 5º, inciso LVII, da Constituição Federal, assegura que nenhum indivíduo pode ser tratado como culpado até o trânsito em julgado da sentença penal condenatória. 


No caso de Lucélia, a prisão preventiva e as acusações públicas levantam dúvidas sobre como esse princípio foi observado.  


Quais foram os impactos sociais para Lucélia? 


Lucélia sofreu consequências severas, incluindo tentativa de linchamento, ameaças na prisão e a destruição de sua residência.  


Esses eventos refletem uma falha coletiva em respeitar direitos fundamentais, exacerbada pela pressão social e pela disseminação de informações precipitadas. 


Como as provas foram reavaliadas? 


O caso passou por uma reviravolta após a perícia comprovar que as frutas entregues às crianças não estavam contaminadas.  


A prisão de um novo suspeito, baseada em novas evidências, demonstra que investigações detalhadas e técnicas são indispensáveis para evitar erros judiciais e injustiças. 


O que pode ser feito para evitar casos semelhantes? 


Investir em capacitação técnica das equipes de investigação para evitar conclusões precipitadas. 


Fortalecer campanhas de conscientização sobre direitos fundamentais, como a presunção de inocência. 


Desenvolver protocolos mais rigorosos para prisões preventivas, garantindo que somente sejam realizadas com fundamentos sólidos e evidências consistentes. 


Conclusão 


Ampliar os canais de denúncia e suporte para proteger vítimas de linchamento moral e físico, prevenindo ataques baseados em suspeitas infundadas. 


O caso de Lucélia Maria é um exemplo emblemático da importância de respeitar os direitos constitucionais e de promover uma análise responsável e técnica em investigações criminais.  


Além disso, reforça a necessidade de uma sociedade que valorize o equilíbrio entre justiça e empatia para com os acusados até que os fatos sejam devidamente apurados. 









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