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O QUE É PSICANÁLISE?


Por Renata Cecconello

Jornalista, publicitária e acadêmica de psicanálise

@rececconello_



Entenda os conceitos e abordagens básicas do que é psicanálise.


Trata-se de uma abordagem que trabalha profundamente o inconsciente, responsável pelas nossas atitudes que temos “em modo automático”.


Essas podem chegar a desafiar a lógica e o bom senso.


Para exemplificar, pense em todas as vezes que você disse “a partir de amanhã não vou mais fazer X coisa” e se pegou repetindo o comportamento sem perceber.


Ou quando falou algo que não queria e emendou um “é brincadeira” no fim para não parecer rude. O inconsciente é responsável por isso.


Sigmund Freud (1856-1939) foi fundador dessa abordagem e talvez o psicanalista mais conhecido, mas há outras escolas de pensamento que contribuíram para o movimento psicanalítico.


O inconsciente é a chave da psicanálise

Freud descobriu que muitos comportamentos conscientes são influenciados por forças inconscientes, como memórias, impulsos e desejos reprimidos.


Estes podem ser desagradáveis ou inaceitáveis socialmente, pois podem causar sofrimento e brigas.


Por exemplo, quando um indivíduo é vítima de um comportamento grosseiro no trabalho, ele sente raiva e vontade de retrucar ou até de agredir o outro fisicamente. Em sua mente, cria cenários fantasiosos nos quais pode responder com grosseria para compensar as emoções negativas geradas pelo ocorrido.


Porém, não é possível agir conforme deseja, pois isso acarretará em diversas consequências negativas que poderão prejudicar a carreira.


Mesmo assim, algum dia, ele poderá transformar a fantasia em realidade “sem querer”, motivado por desejos inconscientes.


Tudo o que está armazenado em nosso inconsciente afeta as nossas vidas. O modo como pensamos, agimos e expressamos opiniões é resultado de uma memória, crença ou desejo que não está na superfície do psiquismo.


Por isso, podemos entrar em conflito conosco ou com pessoas sem compreender exatamente a razão.


A psicanálise, então, busca as causas da infelicidade das pessoas nos esconderijos do inconsciente.


Você já deve ter ouvido falar sobre o ego, certo?


Na psicanálise freudiana, o ego é a parte do sistema psíquico que lida diretamente com a realidade. Embora seja visto como um vilão por aí, o ego é o mediador entre os impulsos do id e as exigências do superego.


Ele nos ajuda a ter um comportamento realista e aceitável de acordo com as demandas da sociedade. Basicamente, o ego regula o nosso desejo de apenas satisfazer as nossas necessidades primitivas e alimentar paixões.


O id armazena os desejos inconscientes, os quais não são totalmente lógicos e às vezes não seguem as regras estabelecidas pela sociedade. É o ego que coordena o que o id pode ou não fazer, permitindo ou inibindo a sua satisfação.


Enfim, o superego é o aspecto final da personalidade. Contém nossos valores e ideias bem como as lições aprendidas com os pais e com a sociedade. É uma espécie de juiz que determina o comportamento de acordo com esses aspectos morais.


Quando muito severo, o superego anula as escolhas do ego e causa conflito psíquico.


Além da descoberta desses três elementos da personalidade, Freud desenvolveu técnicas psicanalíticas à medida que tratava seus pacientes.


Uma delas é a associação livre (método em que o terapeuta fala uma série de palavras e o paciente responde com o que viver à mente para despertar memórias reprimidas).


Trabalhou também a análise dos sonhos (Freud acreditava que os sonhos eram a “estrada para o inconsciente”).


O estudo da sexualidade da criança (complexo de Édipo), o conceito da dualidade no psiquismo (o conflito resulta de forças contrárias), e o fenômeno das resistências foram algumas das contribuições de Freud para formar o alicerce da psicanálise.


Na próxima matéria vou delinear um pouco de Lacan, a abordagem lacaniana enfatiza a estrutura linguística.






 
 
 

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