OLIMPÍADAS, O MUNDO PAROU?!?!
- jjuncal10
- 27 de jul. de 2021
- 9 min de leitura

Larissa Martirani - Médica Veterinária
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Instagram: @palavrasqueseencontram
Estranho imaginar como o mundo, que nunca para e vive cada um por si, desde 2019 com a chegada do vírus oriundo da China, parou!!! E teve que se unir forças para conseguir minimizar os danos e buscar curas e possíveis prevenções para se manter vivo.
Digo estranho porque desde que me conheço por gente, só vi o mundo parar e se unir para as Olimpíadas, evento que ocorre de 4 em 4 anos, criado justamente com o intuito de promover a união, paz e respeito entre as nações. Tudo realizado através do esporte. E realmente esse objetivo é concluído com sucesso, desde a época de sua criação, na Grécia, no ano de 776 a.C.
Será que a pandemia também nos fez parar para repensar sobre esses elos??? Quando criado, o evento tinha o objetivo de cultuar os deuses do Olimpo por meio da valorização das aptidões de cada atleta. Tamanha era a importância da competição que os helenos obedeciam ao armistício sagrado (no período olímpico, eles abandonavam suas disputas e se dedicavam a atividades pacíficas).
Porém em 394 d.C., os Jogos Olímpicos foram banidos pelo imperador romano Teodósio, que se converteu ao cristianismo e proibiu a realização de festas pagãs.
Até que em 23 de junho de 1894, o francês Pierre de Coubertin (Barão Coubertin), que era apaixonado por esporte e enxergava como uma forma de atingir a educação de maneira positiva.
Na época o Barão de Coubertin, era secretário geral da União das Sociedades Esportivas e Atlética Francesa (USFSA) que tinha o objetivo de fazer com que o esporte unisse a juventude do mundo e atuasse como um agente de paz.
Inspirou na história dos jogos na Grécia e deu origem aos primeiros jogos Olímpicos da era moderna.
Com início em 1896 na cidade de Atenas (Grécia). Nessa época apenas homens podiam competir, ninguém recebia medalha de ouro, como na tradição atual, os campeões levavam medalhas de prata e ramos de Oliveira e os segundos colocados medalhas de cobre e ramos de louro. As medalhas de ouro, prata, bronze passaram a existir a partir 1904, em St. Louis, nos Estados Unidos.
Resolvi compartilhar com vocês este resumo breve da história das olimpíadas, para que possamos entender um pouco do seu significado e importância.
Vocês sabem o significado dos arcos??? Uma das marcas das olimpíadas são os arcos Olímpicos, concebido pelo Barão Coubertin. Eles representam a união dos 5 continentes.
Será que pós pandemia esses 5 continentes continuaram unidos???
Um ícone muito marcado nesse evento é a Tocha a qual sua chama anuncia celebração das olimpíadas, representando paz, amizade e é utilizada para acender a Pira Olímpica (que só se apaga no final da cerimônia de encerramento). Na tradição ela sai da Grécia (onde foi a origem de tudo) e é transportada por atletas e outros cidadãos até o local da cerimônia de abertura. A primeira aparição da Tocha ocorreu em 1936, na cidade de Berlim (Alemanha).

As mascotes olímpicas têm uma narrativa interessante, em cada edição. São acontecimentos do momento. Essa tradição começou nos Jogos de Munique, em 1972, com um cachorro, chegando a Tóquio, em 2020 (2021), na forma de um robô.
Já tivemos mascote trocado por razões políticas, um que além de fazer sucesso tornou desenho animado o urso Misha, sem dúvidas a que mais nos emocionou.

Atualmente os jogos contam com a participação de homens e mulheres, sem contar que a cada ano surgem novas modalidades olímpicas. Neste ano em especial teremos: beisebol, softbol, karatê, escalada, skate, surfe, que se juntam ao atletismo, badminton, basquete, basquete 3x3, boxe, canoagem, ciclismo, esgrima, futebol, ginástica artística, ginástica de trampolim, ginástica rítmica, golfe, handebol, hipismo, hóquei sobre a grama, judô, levantamento de peso, luta olímpica (wrestling), maratona aquática, nado artístico, natação, pentatlo moderno, polo aquático, remo, rúgbi, saltos ornamentais, taekwondo, tênis, tênis de mesa, tiro esportivo, tiro com arco, triatlo, vela, vôlei e vôlei de praia.
Outro dado que hoje infelizmente podemos acrescentar na história Olímpica; é a primeira vez que uma olimpíada foi cancelada, por conta de uma pandemia e está sendo realizada em 2021 o evento de 2020.
Sempre gostei muito de esportes, até hoje sou fascinada, acho que através dele, criamos vínculos, amizades, responsabilidades, rotinas, valores e princípios.
A Olimpíada sempre foi para mim especial. Emocionante, um momento lindo de se ver, porém confesso, que neste momento de pandemia, apesar do esforço de todos os atletas, para chegarem a este evento, sinto insegurança e preocupação com os membros envolvidos e no que isso possa acarretar, mas também vejo, como uma maneira de trazer um pouco de alegria em meio a tanto sofrimento, que o mundo está passando.
Espero, que com os Jogos Olímpicos, voltemos a nos lembrar da união, respeito e amor que devemos ter uns pelos outros.

Parar as vezes é preciso, para conseguir prosseguir!
Fechando com chave de ouro essa matéria, tive a honra de entrevistar o Esquiva Falcão, primeiro boxeador brasileiro a conquistar a medalha de prata em uma olimpíada, isso foi em 2012 nos Jogos Olímpicos de Londres.

Esquiva Falcão, mesmo estando em competição nos EUA fez questão de me dar essa entrevista: Fiz algumas perguntas para ele, que de maneira muito humilde, educada, gentil e sempre muito simpático me respondeu:
-Você que é atleta, como se sentiria tendo que participar de uma olimpíada em plena pandemia?
"Participar de uma Olimpíada já é difícil e em plena pandemia dificulta ainda mais, porque tem que dobrar os cuidados, fazer diversos exames de covid, aqueles exames desagradáveis. Tudo se torna mais difícil, porque você não tem apenas a preocupação de lutar.
Não é só competir a olimpíada, mas também uma preocupação maior, não se contaminar e voltar para o Brasil tranquilo. Eu ficaria muito preocupado de ter que participar dos jogos Olímpicos no meio de uma pandemia."
-O que você falaria para os atletas que estão competindo???
"Para eles darem o melhor de si, porque é uma competição muito importante e uma medalha, muda a vida do atleta e todos sonham em conquistar uma, afinal foram 4 anos ou mais para chegarem nesse momento. Estar em uma olimpíada é bom demais, eu sei porque estive numa, mas estar na olimpíada e ainda conquistar uma medalha independentemente da cor, é uma realização. Foquem ao seu máximo, para garantir o melhor resultado”.

-Qual a sensação de participar de um evento como esse e ainda sair como o primeiro brasileiro no boxer a trazer a medalha de prata para nosso país, nas Olimpíadas de Londres?
" Muito feliz porque estar nos jogos Olímpicos, ainda mais eu, que sou de uma família muito humilde, nunca imaginava estar nos jogos Olímpicos e ainda conquistar uma medalha histórica para o Brasil, numa final do Box em Londres. Eu só tenho que agradecer a Deus, uma felicidade imensurável! Na hora do pódio, passa um filme na cabeça, como uma retrospectiva de onde você saiu e sua família. Essa medalha ficou marcada para mim como campeão. Ela é prata, mas para mim vale ouro!"
-Quem acompanha sua trajetória sabe que. Esquiva é seu nome de batismo, dado pelo seu pai, para na hora do ringue, como certos termos não podem ser falados e esquivar é um termo usado na luta, como nome poderia, você mesmo tendo se preparado como todos os atletas, que treinam diariamente para competir numa olimpíada, hoje em meio a uma pandemia, sendo pai de família, você iria em busca de seu sonho ou se esquivaria por receio da pandemia?
"Meu pai colocou o nome de Esquiva, porque no tempo dele não podia orientar o atleta, que acabou combinando com o que eu faço. Tempo difícil no Brasil e no mundo essa pandemia, porém se eu estivesse vivendo esse momento, eu iria sim, ia me proteger, me cuidar, mas iria atrás do meu sonho, porque a olimpíada é só de 4 em 4 anos, esses anos podem fazer a diferença, porque o atleta pode estar em boa forma agora, e depois não, pode aparecer um outro competidor melhor, e acabar me tirando, então eu aproveitaria meu momento e iria atrás do meu sonho, mas sempre tomando todos os cuidados, porque como pai de família eu tenho meus filhos pra cuidar, mas com a medalha, poderia vir coisas boas, não só pra mim como para minha família, meus filhos”.
-Qual a sensação de estar entre os melhores do mundo fazendo parte de uma olimpíada???
" A sensação de estar entre eles é muito boa, porque a gente se prepara para isso, então graças a Deus, conquistei uma das 5 medalhas de prata que o Brasil trouxe de Londres. Entre 300 atletas ou mais, me sinto muito honrado em poder carregar essa medalha em nome do Brasil”.
-Como você descreveria o momento em que recebeu sua medalha olímpica?
" Passa tão rápido, mas ao mesmo tempo parece que foi ontem, lembro que quando lutei a final, perdi para um Japonês, por causa de um ponto, que o juiz acabou errando o placar, perdi de 14 a 13 e depois eu fui pro pódio, mas o momento foi tão especial pra mim, que só passava um filme na minha cabeça, onde lembrava todo sofrimento que passei longe da família, dos amigos, treinando focado e dedicado, mas no momento que subi ali, só vinha aquele sentimento que tudo deu certo, não foi ouro mais a medalha de prata foi histórica. Só faltou cantar o hino nacional para ficar mais perfeito, não deu para cantar, mas eu subi como um campeão, porque sendo de família humilde me lembrei de tudo que eu havia passado naquele momento”.

-Agradeço a Esquiva, pela entrevista e por nos mostrar o quanto é importante para o atleta esse momento. Você é ouro, um ser humano que apesar das adversidades da vida mostrou que todos somos capazes de conquistar nossos sonhos.
Finalizando mais uma vez nossa matéria, com conexão Brasil e Japão.
Lógico que chamei para entrevista uma grande amiga Momoyo Horiike (Japonesa moradora de Tóquio). A qual foi voluntária nas Olimpíadas do Brasil e hoje se encontra em Tóquio seu país de origem.

Fiz algumas perguntas e ela sempre com seu jeito doce, meigo, atencioso, me respondeu com muito carinho.
Comecei questionando sobre sua experiência nas Olimpíadas do Brasil:
-Como foi sua experiência como voluntária na Olimpíada do Brasil?

" Eu achei que a experiência no RIO 2016, foi uma das experiências mais surpreendentes que tive. Divertida e muito emocionante. Conheci muitos brasileiros e também estrangeiros que faziam parte da equipe de voluntários.
Os brasileiros são um povo alegre e festivo por natureza, então quando as Olimpíadas chegaram, a cidade inteira estava em pleno funcionamento e realmente parecia um festival mundial, o que me entusiasmava”.

“Há três coisas que eu gosto em ser um voluntário. Primeiro de tudo, você pode ver de perto uma partida de alto nível e sentir a emoção com as pessoas de lá. Eu estava trabalhando como intérprete, então fiquei comovida com lágrimas, ao entrevistar jogadores. Em segundo lugar, trabalhar com voluntários de todo o mundo. Adoro as Olimpíadas e conheci pessoas que se voluntariaram em muitos eventos diferentes. Em terceiro lugar, houve a alegria de saber que eu estava contribuindo para esta grande celebração global”.
“Outra coisa boa em ser voluntaria no Rio, foi que pude participar de um evento importante que liga o Brasil e o Japão”.
-Qual a sensação de ser escolhida como tradutora durante o evento, quando a comissão do Japão veio para o Brasil?
“Na verdade, tinha um pouco de medo de falar português. Nunca tinha sido tradutora, porém tudo correu muito bem, inclusive fiz várias traduções para o SporTV.
Mas como eu estava fazendo intercâmbio na USP, achei que era uma grande chance de desenvolver meu português e uma oportunidade de crescer e apreender mais."
-Qual a sensação de ter os jogos Olímpicos no seu país?
"Estou muito animada! Claro!

Mas havia algumas pessoas, que não estavam querendo os jogos em Tóquio, por causa do covid19."
-Como você e a população vêm a olimpíada em plena pandemia? Gera insegurança?
" É claro que há muitas pessoas ansiosas, porque há muitos atletas e oficiais vindos do exterior. Entretanto, o comitê estabeleceu medidas detalhadas de controle de infecção, espero que todos as sigam e que todos, atletas, público, se sintam confortáveis e seguros."
-As pessoas no Japão já foram todas imunizadas?
"Não. A vacinação começou para o público em geral em junho. Quanto a pandemia, acho que não podemos dizer que está sob controle no Japão. No entanto, algumas pessoas pensam que está mais controlada do que em outros países."
-Agradeci imensamente a minha amiga, por disponibilizar seu tempo e encaixar nossos fusos para realizar essa entrevista., que veio agregar muito a matéria.
Finalizando novamente nossa matéria, Rayssa Leal (FADINHA), é a medalhista mais jovem em 85 anos dos Jogos Olímpicos!

Isso mesmo que você leu, 13 aninhos e a maranhense, tornou-se a brasileira mais jovem a receber uma medalha olímpica — a sétima medalhista mais jovem em toda a história dos Jogos Olímpicos de Verão.

A brasileira, medalha de prata na categoria street do skate, na madrugada de domingo para segunda-feira (26/07), Rayssa Leal, (FADINHA) como é conhecida pelo seu vídeo que viralizou nas redes sociais em 2015, por fazer altas manobras no skate usando fantasia de fada, ganhou medalha de prata na categoria street, só orgulho.

Seu jeito tímido, porém, moleca, encantou a todos e nos fez relembrar aqueles bons tempos em que a criançada podia brincar nas ruas.
Baseado em dados oficiais dos Jogos Olímpicos, são poucos os competidores que, como Rayssa Leal, conquistaram medalhas antes dos 14 anos.

O mais jovem medalhista olímpico da história (que se tem registro) é Dimitrios Loundras, que fez parte da equipe de ginastas (barras paralelas) na Grécia, Olimpíada de 1896, ele tinha apenas 10 anos.
Segunda medalhista mais jovem da história dos Jogos é Luigina Giavotti, que aos 11 anos de idade ganhou prata como parte da equipe de ginastas Italianas na Olimpíada de Amsterdã em 1928.
Tivemos também, Inge Sorensen Dinamarquesa na Natação, foi bronze em Berlim no ano de 1936 aos 12 anos.
O francês Noël Vandernotte, também aos 12 anos, ganhou no Remo duas medalhas bronzes em Berlim 1936.
Continuando, aos 12 anos Clara Marangoni, Italiana na Ginástica em equipe, competiu 1928 em Amsterdã.
O que será que essa olimpíada, que mal começou e com tantos problemas, ainda vai nos reserva?









Nossaa!!! Que materia incrível!!! Muito bom para refletir sobre tudo mesmo!!! A pandemia, que era para todos estarmos mais unidos e não vejo isso, mas já os jogos olímpicos que é uma competição, as pessoas se unem! Mas no quesito saúde as pessoas não parecem se importar infelizmente!!! Mas amei todas as citações com o passado e o presente!!! Parabéns!!👏👏👏
O texto está incrível! Eu amei! Sucesso pra você ❤️
Lari, você escreve muito bem, essa materia é uma inspiracao para todos nós!! Parabens!!
Eu amei Lari sua materia!! Sou seu fã!!
Até me emocionei em algumas partes do texto.