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ONTEM, HOJE E AMANHÃ


MARCELO BRASILEIRO - CIDADÃO

Militar da reserva das forças armadas - Advogado com especialização em direito Marítimo, Direito Ambiental

Pós graduado pela Escola da Magistratura do Estado do Espírito Santo


Ainda no período das duas primeiras décadas que marcaram a história da cidade do Rio de Janeiro - então capital da República, houve a demolição do Morro do Castelo que foi um promontório onde nasceu a cidade de São Sebastião. 

  

Bom, a História relata que "alguém" (um tal Prefeito Pereira Passos) enxergou a necessidade de "europeizar" a cidade e prepará-la para uma exposição que e mostraria ao mundo o quanto a cidade era salubre e moderna. 

  

Tratou-se da famosa Bienal. 

  

Assim o Morro do Castelo foi "demolido" a jatos d'água para que a atual Avenida Rio Branco e todos acesses a alguns dos prédios que hoje vemos - inclusive o da Biblioteca Nacional, pudessem existir. 

  

Sem a demolição do Morro do Castelo não existiria a Avenida Rio Branco e os acessos ao Aterro do Flamengo. 

  

À época havia espaços de sobra, pouca gente e um mundo a ser transformado sob a plena convicção do progresso.  

  

A palavra de ordem era progresso.  

  

Até a questão da ventilação e a devida distinção de todo o esgoto que descia do morro foi levada em consideração para a tomada de decisão quanto à demolição do Morro do Castelo e boa parte do material dele retirado serviu para que se fizessem vários aterros em outras áreas da cidade que foi tomando os contornos até hoje conhecidos. 

  

Não se esqueçam de que a cidade de São Sebastião era famosa pelo tifo, pela tuberculose e pelo risco de surtos de peste bubônica e o Morro do Castelo era visto como um entrave à solução de tais questões sanitárias. 

  

Além disso, não existia à época a noção de "crime ambiental" ou mesmo de preservação do meio ambiente.  

  

Pena que não foi possível preservar todo o conjunto Histórico arquitetônico existente no Morro do Castelo e se isto tivesse sido possível, certamente que seria muito bom podermos hoje visitar o Morro do Castelo e desfrutar de toda paisagem.  

  

Vou encerrar dizendo uma dura verdade que, apesar de dura não deixa de ser uma verdade.  

  

Não se pode pretender julgar o passado com base nos valores e princípios do presente. 

  

Se quiser viver como um antigo romano, procure entender (e se comportar) no tempo e no momento que esse antigo romano viveu. 



 
 
 

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