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OS GIBIS DA ADOLESCÊNCIA


JOSÉ WALTER PIRES

SOCIÓLOGO, ADVOGADO, POETA, CORDELISTA E ESCRITOR

MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LITERATURA DE CORDEL


No início da adolescência 

Colecionei gibis 

Com todos os que existiam 

Naquele tempo feliz, 

Uma leitura constante 

Como aquelas jamais fiz. 

 

Dos heróis do faroeste 

Recordo-me de cada um, 

Lia todos com prazer 

Sem escolha de nenhum, 

Dos cachorros e cavalos 

Para mim era comum. 

 

Vamos citar os seus nomes 

Pois assim, faço o meu teste 

E ver se a minha memória 

Nesses momentos se preste 

Para lembrar os primeiros 

Que eram reis do faroeste. 

 

Roy Rogers com o cão Bala 

E Trigger o seu cavalo 

Logo depois o Geni Autry 

Eu me recordo de estalo 

Bill Elliot, Jonny Brown 

Porém do quinto resvalo. 

 

Durango Kid, me lembro, 

Também de Flexa Ligeira, 

Rock Lane com Trovão, 

Zorro e Tonto eram “pauleira”! 

Ai, iô, Silver e Escoteiro, 

A pleno Sol e poeira. 

 

Com o Cavaleiro Negro, 

Em sua transformação, 

Do manso doutor Robledo 

Nesse justo furacão, 

Com Satã e não Molenga, 

Quando entravam em ação. 

 

Com o velho Gabby Hyes, 

Que atirava com os pés 

E também com duas mãos, 

Um, dois, três ou mais de dez, 

Ao derrubar os bandidos, 

Mas sem temer um revés. 

 

Sobre os famosos Comanches, 

Cada luta mais bravia   

Contra a conquista do Oeste, 

Ao chegar da ferrovia 

Que cortava as suas terras, 

Bufalo Bill combatia. 

 

O Fantasma – maravilha: 

Diana a noiva, Guran, 

O seu mais fiel amigo, 

Uma espécie de Xamã, 

Ainda Capeto e Herói,  

De todos eu era fã. 

 

Tarzan era o rei da Selva  

Amigo dos animais; 

Jane e boy, mulher e filho, 

Porém existiam mais: 

Tantor seu elefante; Árgus, 

A águia, Chita, sem iguais.  

 

Agora, a família Marvel, 

Que logo ao pronunciar 

Shazan! Tudo resolvia 

Numa rapidez sem par, 

Pondo a prova os seus poderes 

Com o raio a cintilar. 

A família do Patinhas, 

Pato Donald seus sobrinhos: 

Zezinho, Uguinho, Luizinho, 

Jamais agiam sozinhos, 

Em defesa do seu tio 

Nos seus momentos mesquinhos 

  

Famoso Zé Carioca 

Com sua amada Rosinha, 

Um fanfarrão de primeira, 

Na boa vida que tinha 

E Donald com Margarida 

Sem jamais sair da linha. 

 

De Mandrake também lembro 

Com Lotar em companhia, 

Era um mágico famoso, 

Que contra o mal sempre agia, 

Usando chapéu e fraque, 

Mas sem armas, todavia. 

 

Vou fazer apenas estas 

Mui gratas recordações 

Dos heróis da adolescência 

Irrigadas de emoções 

Vividas na mocidade 

Entre a alegria e senões. 

 

Aqueles que não viveram 

As emoções do passado  

Embebidos de saudade 

E sem nada a ser contado 

São soturnos e bisonhos  

Com o destino selado. 



 
 
 

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