OS GIBIS DA ADOLESCÊNCIA
- jjuncal10
- 18 de ago. de 2024
- 2 min de leitura

JOSÉ WALTER PIRES
SOCIÓLOGO, ADVOGADO, POETA, CORDELISTA E ESCRITOR
MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LITERATURA DE CORDEL
No início da adolescência
Colecionei gibis
Com todos os que existiam
Naquele tempo feliz,
Uma leitura constante
Como aquelas jamais fiz.
Dos heróis do faroeste
Recordo-me de cada um,
Lia todos com prazer
Sem escolha de nenhum,
Dos cachorros e cavalos
Para mim era comum.
Vamos citar os seus nomes
Pois assim, faço o meu teste
E ver se a minha memória
Nesses momentos se preste
Para lembrar os primeiros
Que eram reis do faroeste.
Roy Rogers com o cão Bala
E Trigger o seu cavalo
Logo depois o Geni Autry
Eu me recordo de estalo
Bill Elliot, Jonny Brown
Porém do quinto resvalo.
Durango Kid, me lembro,
Também de Flexa Ligeira,
Rock Lane com Trovão,
Zorro e Tonto eram “pauleira”!
Ai, iô, Silver e Escoteiro,
A pleno Sol e poeira.
Com o Cavaleiro Negro,
Em sua transformação,
Do manso doutor Robledo
Nesse justo furacão,
Com Satã e não Molenga,
Quando entravam em ação.
Com o velho Gabby Hyes,
Que atirava com os pés
E também com duas mãos,
Um, dois, três ou mais de dez,
Ao derrubar os bandidos,
Mas sem temer um revés.
Sobre os famosos Comanches,
Cada luta mais bravia
Contra a conquista do Oeste,
Ao chegar da ferrovia
Que cortava as suas terras,
Bufalo Bill combatia.
O Fantasma – maravilha:
Diana a noiva, Guran,
O seu mais fiel amigo,
Uma espécie de Xamã,
Ainda Capeto e Herói,
De todos eu era fã.
Tarzan era o rei da Selva
Amigo dos animais;
Jane e boy, mulher e filho,
Porém existiam mais:
Tantor seu elefante; Árgus,
A águia, Chita, sem iguais.
Agora, a família Marvel,
Que logo ao pronunciar
Shazan! Tudo resolvia
Numa rapidez sem par,
Pondo a prova os seus poderes
Com o raio a cintilar.
.
A família do Patinhas,
Pato Donald seus sobrinhos:
Zezinho, Uguinho, Luizinho,
Jamais agiam sozinhos,
Em defesa do seu tio
Nos seus momentos mesquinhos
Famoso Zé Carioca
Com sua amada Rosinha,
Um fanfarrão de primeira,
Na boa vida que tinha
E Donald com Margarida
Sem jamais sair da linha.
De Mandrake também lembro
Com Lotar em companhia,
Era um mágico famoso,
Que contra o mal sempre agia,
Usando chapéu e fraque,
Mas sem armas, todavia.
Vou fazer apenas estas
Mui gratas recordações
Dos heróis da adolescência
Irrigadas de emoções
Vividas na mocidade
Entre a alegria e senões.
Aqueles que não viveram
As emoções do passado
Embebidos de saudade
E sem nada a ser contado
São soturnos e bisonhos
Com o destino selado.








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