POR QUE AINDA ESCOLHO A AGENDA DE PAPEL EM PLENA ERA DIGITAL

BIA MONTES, JORNALISTA, ATUANTE NAS ÁREAS DE ASSESSORIA POLÍTICA E GESTÃO DE CRISE. ATUOU POR 20 ANOS EM ASSESSORIA POLÍTICA E COORDENAÇÃO ESTRATÉGICA DE CAMPANHAS POLÍTICAS. HOJE, PRODUTORA DE REPORTAGEM NA TV BAND, ESCRITORA DE CONTOS E ARTIGOS DE OPINIÃO. 

Com o novo ano se aproximando, chegou o momento de começar a planejar os próximos meses e organizar as metas que quero alcançar. E, como faço há anos, já estou pensando em qual será minha próxima agenda de papel. Mesmo com todas as opções digitais disponíveis, como os calendários e aplicativos nos smartphones, eu ainda sou fã da boa e velha agenda física. 

Para mim, escrever à mão tem um significado especial. Quando anoto um compromisso ou uma ideia, sinto que estou reforçando a importância naquele momento. Existe algo quase terapêutico em passar a caneta sobre as páginas, escolher núcleos diferentes para destacar tarefas importantes e, ao final do dia, riscar o que já foi feito. Esse processo não só me ajuda a manter o foco, como também melhora minha memória. Já li que escrevi à mão ativa partes do cérebro que são importantes para a retenção de informações, e posso confirmar: comigo funciona. 

Além disso, uma agenda de papel é um espaço meu, livre de distrações. No celular, sempre que abrir um aplicativo para fazer uma anotação, sou bombardeada por notificações de redes sociais, e-mails e outras distrações. Com a agenda física, é diferente. Ela me dá a liberdade de planejar sem interrupções e me ajuda a manter o foco nas prioridades do dia. 

Outro ponto que me encanta é o aspecto visual e criativo. Cada ano, escolho um modelo de agenda que combine com a minha personalidade ou com o que estou buscando para aquele período. Existem agendas para todos os gostos: minimalistas, com frases de renovação, cheias de espaços criativos ou até mesmo com adesivos e mapas de planejamento. É como ter um companheiro de jornada que me motiva a seguir em frente. 

E, claro, há o prazer de começar um ano novo com uma agenda novinha. Virar a primeira página, organizar os primeiros compromissos e preencher os espaços em branco é quase como criar um novo capítulo da minha vida. Parece um gesto simples, mas carrega um simbolismo poderoso: o de que tenho controle sobre o que está por vir. 

Saiba que as agendas eletrônicas têm suas vantagens, como a praticidade de sincronizar compromissos e enviar lembretes automáticos. Mas, eles não me dão a mesma satisfação que uma agenda de papel oferece. Para mim, o ato de escrever, o contato com as páginas e a ausência de distrações tecnológicas são insubstituíveis. 

Por isso, enquanto muitos recorrem aos aplicativos, eu continuo fiel à minha agenda de papel. Não é apenas uma ferramenta de organização; é um reflexo de como escolho viver minha vida: com calma, propósito e um toque de criatividade. Que venha o novo ano, e com ele, novas páginas para escrever!