
ERIC PIRES
ADVOGADO, PROFESSOR UNIVERSITÁRIO, PROCURADOR DO MUNICÍPIO DE BRUMADO
“— Não foge quem se retira — respondeu D. Quixote — porque hás-de saber, Sancho, que a valentia que se não baseia na prudência chama-se temeridade, e as façanhas do temerário mais se atribuem à boa fortuna, que ao seu ânimo; e assim, confesso que me retirei, mas que não fugi; e nisto imitei muitos valentes, que se guardaram para tempos melhores; e estão disto cheias as histórias, que por te não aproveitarem, nem me divertirem a mim, te não refiro agora. ”
Nesse trecho, relevando-se o contexto, Dom Quixote nos ensina a importância da prudência. Dos passos curtos e sólidos em detrimento dos grandes saltos. A importância do preparo para o encontro da sorte.
Refiro-me às oportunidades, não aos acasos. Deixemos estes aos temerários que preferem viver ao alvedrio das circunstâncias alheias.
A vida será sempre a sua mais audaz predadora, pouco vai adiantar mal dizê-la. Nos cabe estarmos preparados, pois a sorte sempre será o encontro da oportunidade com o preparo.
Momentos de alegria e tristeza são pontos de maior ou menor elevação de potência do nosso próprio ser e da forma que nos relacionamos com o mundo, nos ensina Espinosa.
A vida é inevitável, portanto, que sonhemos e nos relacionemos com o mundo da melhor forma possível. Sejamos prudentes e corajosos em nossas buscas.
“Sonhar o sonho impossível,
Sofrer a angústia implacável,
Pisar onde os bravos não ousam,
Reparar o mal irreparável,
Amar um amor casto à distância,
Enfrentar o inimigo invencível,
Tentar quando as forças se esvaem,
Alcançar a estrela inatingível:
Essa é a minha busca. ” - Dom Quixote






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