
MARCELO BRASILEIRO - CIDADÃO
Militar da reserva das forças armadas - Advogado com especialização em direito Marítimo, Direito Ambiental
Pós graduado pela Escola da Magistratura do Estado do Espírito Santo
Para essa quarta-feira, primeiro dia do novel ano, tenho-vos uma reflexão e uma mensagem diferente.
Bastante diferente, diga-se.
Muito ao contrário do vetusto "Feliz ano novo!" e dos batidos votos de "felicidade" e de "saúde e prosperidade", tenho-vos pontual reflexão e diametral mensagem.
Quem sabe um tanto quanto cruenta e para muitos, indigesta.
Mas... vamos lá.
É que à medida em que vamos crescendo em estatura e idade, a quase totalidade de nós vai deixando de ser aquela criança ingênua, de sorriso fácil (e gratuito); aquele retrato da felicidade estampada no rosto e traço indelével das atitudes para irmos nos tornando aos poucos e a passos largos pessoas lúgubres, tristonhas e por vezes, insalubres.

Vamos perdendo tudo isso e o tempo nos serve como álibi.
O álibi da adultez.
Porém e neste estado e condição (de adulto), a maioria de nós se transformou em indivíduos atarefados, raivosos, tristes, melancólicos, depressivos, invejosos, fofoqueiros, maledicentes, invejosos, frios, opressores, insensíveis, assoberbados, arrogantes, de "pavio curto", embrutecidos, incrédulos e ingratos.
Na verdade, boa parte daqueles que se auto reconhecem como sendo "produtivos", sejam médicos, advogados, empresários, sindicalistas, comerciantes, policiais, industriais, traficantes, políticos, juízes, promotores, bandidos comuns ou mesmo o cara da vendinha ali da esquina, todos e sem exceção, mais se parecem com alguém (ou com algo) sempre disposto a tomar algo ou qualquer coisa de outrem.
Seja pela posição, poder, pelo dinheiro ou mesmo até a mulher do outro, o negócio dos adultos parece ser mesmo tomar e possuir tudo aquilo que se pensa ter.
Tudo aquilo que se quer ter.
E assim o tempo vai passando, os anos sucedendo e bem no fundo, quando alguém vai à praia na noite do Réveillon para dar os tais "três pulinhos", quando vai à Missa do Galo, ao culto de "passagem do ano-novo", nas sôfregas orações com joelhos dobrados ao pé da cama, quando se diz "refletindo" sobre o ser, sobre o estar e sobre o que mudar (todo mundo faz promessas, né...), acredito que bem mais que esperança e alegrias, os adultos do tempos modernos sintam mesmo é vergonha daquilo que são.
Vergonha de tudo aquilo em que se transformaram ou que foram sendo transformados pela força das circunstâncias.
Máquinas de fazer dinheiro, de ganhar dinheiro, de gastar dinheiro e de perder a saúde, a família, os amigos, o contato com a natureza e por fim, a própria vida.
E para quê?
Para quê tudo isso?
Para todos os anos ter de vir (ou ir) pedir perdão a Deus e aos outros pelos mesmos erros de sempre?
Sempre os mesmos pedidos de perdão pelos mesmos erros e, que dívida impagável!
Poxa...
Afinal, são tantos pedidos de perdão pelos mesmos erros (os de sempre), que Deus só não se cansou de todos nós porque Ele sabe e bem conhece das nossas imperfeições.
Então e após ter percorrido toda a senda dessas indigestas e intragáveis - todavia, verdadeiras considerações, o que lhe desejo do íntimo d'alma e do coração, eis que sou seu semelhante e de você em nada divirjo, é que em ti tudo se refaça novo e que se refaça de novo.
Como na imagem desse menino que brinca com seu pequeno avião.
Livre, leve e solto.
Pronto para voar.
Para revoar.
Para se fazer novo outra vez.







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