top of page
Buscar

SECA X GASTOS PÚBLICOS: PRIORIDADES E DESAFIOS NA GESTÃO


POR JOÃO DE JESUS OLIVEIRA SILVA – ACESSOR DE COMUNICAÇÃO, JORNALISTA PELA UESB, REDATOR, REPÓRTER E APRESENTADOR 


O cenário de seca enfrentado pela região Nordeste, particularmente na Bahia, neste mês de março de 2025, expõe uma questão central na administração pública. Neste aspecto, a grande questão a ser debatida é como os governos devem priorizar seus investimentos para enfrentar uma crise que afeta diretamente a sobrevivência da população e do meio ambiente.  

 

A escassez de chuvas tem agravado a falta de água nas torneiras e a diminuição da vazão dos poços artesianos. Além disso, esse problema provoca a dificuldade de abastecimento por meio de serviços como os do SAAE e da Embasa. Se não bastasse, ainda agrava os reservatórios disponíveis. 

 

A necessidade de socorro urgente 

 

O papel da União, dos governos estaduais e, principalmente, das prefeituras é crucial nesse momento. Cabe aos gestores públicos adotarem medidas imediatas para aliviar os impactos da seca. Investimentos em soluções como perfuração de novos poços artesianos, construção de reservatórios e sistemas de distribuição alternativos devem ser priorizados.  

 

Além disso, é indispensável o financiamento de programas de conscientização sobre o uso racional da água, tanto para a população quanto para atividades econômicas. 

 

Outras iniciativas, como o estímulo à agricultura sustentável e o uso de tecnologias de captação e armazenamento de água da chuva, podem oferecer maior segurança hídrica a médio e longo prazo. No entanto, esses esforços exigem planejamento e, sobretudo, uma gestão de recursos eficiente. 

 

O contraponto: gastos que não são prioritários 

 

Um dos desafios enfrentados pelos gestores está relacionado à alocação de recursos públicos. Em muitas localidades, os gastos exorbitantes com festas, contratações de bandas e eventos de lazer acabam competindo com investimentos essenciais em infraestrutura e medidas emergenciais. Embora esses eventos promovam cultura e entretenimento, sua realização em períodos críticos pode gerar insatisfação pública e comprometer a resposta às crises. 

 

É importante destacar que a gestão pública não pode simplesmente remanejar recursos de uma área para outra sem respaldo legal. Para isso, é necessário que o Legislativo aprove leis que permitam o redirecionamento dos recursos de acordo com a urgência e as prioridades da população. Esse processo deve ser transparente e fundamentado, garantindo que os recursos sejam aplicados onde mais se necessita. 

 

O exemplo de cancelamentos responsáveis 

 

Embora existam limitações legais na reestruturação orçamentária, gestores têm a possibilidade de evitar gastos excessivos durante períodos de crise, como cancelamentos de festas e eventos. Economizar em áreas secundárias pode permitir maior foco em ações emergenciais que priorizem o bem-estar da população, assegurando água para consumo humano, para os animais e para a agricultura.  

 

Esse tipo de decisão, embora impopular em algumas circunstâncias, pode se mostrar essencial para proteger vidas e garantir a sustentabilidade da região. 

 

A reflexão necessária 

 

O enfrentamento da seca exige não apenas medidas práticas, mas também uma reflexão sobre as prioridades dos gastos públicos. É responsabilidade dos gestores compreender que o investimento em recursos hídricos e infraestrutura básica deve ser tratado como questão de sobrevivência, sobretudo em regiões que enfrentam crises climáticas como a seca no Nordeste. 

 

O equilíbrio entre investimentos culturais e estratégicos deve ser buscado com consciência e respeito às necessidades da população. Afinal, a água, além de fonte de vida, é o alicerce que sustenta todas as atividades humanas e econômicas. É hora de agir com responsabilidade e visão de futuro. 









 

 

 
 
 

Comments


bottom of page