
JOSÉ WALTER PIRES -
SOCIÓLOGO, ADVOGADO, POETA, CORDELISTA E ESCRITOR
Quem é bom semeador
Colhe sempre com fartura,
Ao fazer literatura
De indescritível sabor,
Porque sem esse valor
Perde toda qualidade,
Só restando à atividade
Um produto sem valia,
Sem pólen da poesia,
Que lhe traz fertilidade.
A riqueza do poeta
Nasce ao esgrimir o verso,
Dentro do seu universo,
Como verdadeiro esteta,
Do poema que arquiteta
Com sua desenvoltura
De espadachim da cultura,
Para sempre defendê-la
Dos vilões que querem vê-la
Em profunda sepultura.
Mais que tino é vocação,
Ao semear e colher,
Fazendo por merecer
Os frutos da plantação,
Como o vate do sertão
Que jamais perde a esperança,
Pelo dia da bonança
Na colheita coletiva,
Como sonhou Patativa:
Todos na mesma pujança.
E sonhando com a messe,
Ao raiar de um novo dia,
Semeando poesia
Pra colher o que merece,
E que o poeta agradece
Na batida do Mourão,
Cantando com emoção
Os seus versos dedilhados,
Em sete tons solfejados,
Como se fosse oração
Nessa riqueza poética
Labuta o semeador,
Da sua arte o criador
Sob os contornos da métrica,
Numa unidade simétrica,
Dos versos bem produzidos,
Em prolíferos sentidos,
Na mistura de palavras,
Que se transformam em lavras,
Pelas quais somos nutridos.










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