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MULHERES | INVESTIMENTOS E EMPREENDEDORISMO


Rafael Pozebon

Instagram: @rv4investimentos / @economiasemmito

Telegran: RV4 Infocenter


Quando o assunto é investimentos, infelizmente as mulheres ainda apresentam uma enorme desvantagem frente aos homens. Isso se deve, em grande parte, aos fatos históricos. Na década de 20 o Código Civil determinava que brasileiras eram proibidas de possuírem conta em banco e gerir seu próprio dinheiro. Além disso, ainda dependiam da anuência de seus maridos para trabalhar “fora” abrir seu próprio comércio ou mesmo aceitar uma herança. Já imaginaram isso?


E por isso eu não poderia deixar de citar a primeira mulher brasileira que se tem registro quando falamos de investimentos. Eufrásia Teixeira Leite rompeu barreiras inimagináveis para a época. E um especial agradecimento a Mariana Ribeiro, pesquisadora e autoridade sobre o feminismo financeiro no Brasil. Vejam o que ela descobriu:


Em pleno século XIX, quando as mulheres não tinham sequer direito a voto, Eufrásia aprendeu sozinha como operar no mercado financeiro, depois de receber uma volumosa herança. Era filha de fazendeiros e entendeu que para rentabilizar seu patrimônio precisava investir nos mercados financeiros internacionais. Fez negócios com 17 países, multiplicando seu patrimônio. Em 1900 ela financiou novas tecnologias da época e se tornou uma espécie de investidora anjo. Uma vanguardista!


Eufrásia faleceu aos 80 anos, em 1930, no Rio de Janeiro. Não havia se casado pois seus bens teriam que ser administrados pelo marido. Também não teve filhos. Seu inventário levou mais de vinte anos para ser finalizado, devido à sua complexidade. Nos dias atuais, Eufrásia seria uma bilionária e uma das pessoas mais ricas do mundo.


Muita coisa mudou, mas as mulheres ainda são minoria no mercado financeiro, representando apenas 23% dos investidores pessoas físicas. Isso corresponde a 1,2 milhão dos 5 milhões de CPFs cadastrados na bolsa de valores brasileira, a B3, localizada em São Paulo.


Mesmo assim as mulheres tendem a ter retornos anuais 0,4% superiores aos lucros dos homens. É isso que mostram estudos internacionais, como o ‘Women and Investing Study 2021’. Os especialistas dizem que as mulheres tendem a ficar por mais tempo com seus ativos financeiros, o que ajuda a explicar as performances mais positivas no longo prazo. Já os homens tendem a se arriscar com um maior volume de operações.


Algumas pesquisas brasileiras recentes revelam que a pandemia motivou muitas mulheres a buscarem mais informação e capacitação no que diz respeito a gestão do próprio dinheiro. Uma em cada cinco mulheres fez seu primeiro investimento em 2020 e a maioria das entrevistadas se mostram mais interessadas e conscientes sobre o assunto atualmente.


Um estudo já no final deste segundo ano de pandemia apontou que nos próximos 12 meses, 90% das entrevistadas fazem planos para conseguir rentabilizar melhor o patrimônio. Pelo menos 67% diz que buscará aumentar sua compreensão acerca do mercado financeiro, 52% criará um plano financeiro para alcançar metas, 44% pretende procurar um profissional para auxiliar nas tomadas de decisão e 42% investirá mais suas economias.


Quando a ótica é o empreendedorismo, já são mais de 30 milhões de mulheres empreendedoras no Brasil, de acordo com a Global Entrepreneurship Monitor, representando quase 50% do mercado empreendedor. E o mesmo pensamento é adotado pelas investidoras, que entendem as oportunidades do mercado financeiro como um empreendimento: um jeito de fazer o dinheiro trabalhar para cada uma delas!


Por Victor Basile, no blog Economia Sem Mito.

Até a próxima!




 
 
 

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