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ODE AO DIA DA POESIA


JOSÉ WALTER PIRES

SOCIÓLOGO, ADVOGADO, POETA, CORDELISTA E ESCRITOR

MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LITERATURA DE CORDEL


Dia 14 de março, 

Dedicado à poesia, 

Arte na qual os poetas 

Mourejam com alegria, 

Ao dedilharem seus versos, 

Nos momentos mais diversos, 

Demonstrando a maestria. 

  

Ao buscarem sintonia                     

Das palavras arrumadas,                 

Pelo esmero do seu estro,                 

Em formas iluminadas,                    

Dão vida às criações,                         

Carregadas de emoções,                    

Pelos deuses inspiradas.                     

  

Nascem, pois, emolduradas 

Pela sublime beleza, 

Que do cinzel dos poetas 

Refulgem com sutileza, 

Em cada verso esculpido, 

Que, aos poucos, dão o sentido 

À intuitiva pureza. 

  

E Calíope, como deusa, 

Sente-se correspondida 

Com a obra magistral, 

Para não ficar sentida, 

Porque deuses sempre querem, 

Que os poetas os venerem 

Pela graça recebida. 

  

Dessa forma concebida, 

Os poetas, de antemão, 

Jamais podem relegar 

A profunda relação 

Entre essa arte poética 

E a sublimidade estética: 

Criador e criação. 

  

A busca da perfeição 

É regra da poesia! 

Como alcançar o horizonte,  

Só por mera alegoria, 

Por ser meta inatingível, 

Pretender o impossível, 

Mas constante a cada dia. 

  

Por ser “bela a poesia” 

Jamais prescinde da lírica, 

Sensorial e afetiva 

Com a formatação rítmica, 

Dos versos que são criados, 

Sejam livres ou rimados, 

Em cada forma específica. 

  

Essa compostura artística 

É que embriaga o poeta, 

E o faz voar nas galáxias, 

Como verdadeiro esteta 

E não um simples mortal, 

Como perfil trivial 

Do gênio que manifesta. 

  

Traz dentro dele o profeta 

Que conduz a humanidade 

Para a nova Canaã, 

Onde fulge a liberdade, 

Na mais completa harmonia, 

Que traduza a poesia 

De uma utópica igualdade. 

  

— Caia na realidade, 

Ó, poeta sonhador! 

Ora, direis. E respondo: 

Porque não sê-lo, Senhor? 

Não fosse assim, não seria 

Amante da poesia 

Em genuíno primor! 

  

           (Do livro Vesperal, pág. 55, ed. 2020) 











 
 
 

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