VIDA INTENSA OU BURRICE?
- jjuncal10
- 17 de fev.
- 2 min de leitura

Por Nelson Neves - Pedagogo, Pós-graduado em Coordenação Pedagógica, Escritor de Literatura Infanto-Juvenil e de Romance
Sei que pode parecer exagero implicar com certas coisas, mas há situações em que é impossível não fazê-lo. Certa vez, conversando com um jovem que bebia e dirigia sua moto em alta velocidade, ele me disse:
— Estou apenas vivendo intensamente!
Pelo que tenho observado, ele não é o único a pensar assim. No entanto, essa chamada "vida intensa" tem levado muitos jovens a contrair doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) devido à prática de sexo sem proteção e de forma indiscriminada; a se envolverem em acidentes fatais; a usarem drogas; entre outros comportamentos destrutivos. Com todo respeito aos jovens — e aos adultos que agem da mesma forma —, devo perguntar: isso é realmente uma vida intensa ou uma grande burrice e irresponsabilidade?
O que mais me espanta é que muitos familiares demonstram concordar com esse estilo de vida. E, mesmo aqueles que não concordam, ao menos fazem vista grossa ou são coniventes, o que não torna a atitude menos absurda. Claro que não estou generalizando, não são poucos os familiares que repreendem esse tipo de comportamentos dos entes jovens! É terrível dizer isso, mas, infelizmente, muitos familiares acham “bonito” os jovens vivendo “intensamente”, essa é a mais pura verdade. Isso é algo que deixaria qualquer pessoa de bom senso indignada.
A prova dessa conivência, por parte de muitos familiares, geralmente acontece em dois momentos: primeiro, enquanto os jovens cometem inúmeras irresponsabilidades, os familiares apenas dizem algo como: “São apenas jovens experimentando a vida, isso é coisa da idade. Estão em fase de descobertas.” O segundo momento, mais triste e doloroso, acontece quando um jovem morre como consequência dessas imprudências, e a família manda fazer um cartão com sua foto, distribuindo-o para amigos e parentes, com a mensagem: “... morreu jovem, mas viveu intensamente...”
A leitura desse tipo de mensagem é bastante óbvia: “Morreu jovem, mas valeu a pena, pois soube aproveitar a vida.” O pior é que essa mensagem chega às mãos de outros jovens, que, na maioria das vezes, se sentirão incentivados a seguir esse mesmo caminho, vivendo essa suposta "vida intensa" — para não dizer insensata. Isso não apenas causa indignação, mas também preocupação. Afinal, além de o texto, por si só, já ter um grande impacto, após a morte, muitos acabam se tornando mártires, especialmente quando viveram essa chamada "vida intensa".
Lamentavelmente, se o conceito de "vida intensa" não for urgentemente ressignificado, em breve a expectativa de vida não passará dos 15 anos. Nenhum pai ou mãe que tenha bom senso deseja essa vida para seus filhos. É muito melhor uma vida intensa de amor, paz, prudência e responsabilidade, para que se possa chegar aos 90 anos e, quem sabe, com um pouco de sorte, aos 100.
Que pai ou mãe não desejaria isso?







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