
JOSÉ WALTER PIRES
SOCIÓLOGO, ADVOGADO, POETA, CORDELISTA E ESCRITOR
MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LITERATURA DE CORDEL
Sou poeta destemido,
Pelo meu mar literário,
Não escolho itinerário
Para o verso pretendido,
Porque é bem escandido
Com uma rima bem feita,
Em oração escorreita
Para tê-la sem tropeço,
Pois o belo não tem preço
Se a composição deleita.
Velejando com firmeza
Para evitar os abrolhos,
Tendo sempre aberto os olhos
Busco demonstrar destreza,
Para atingir a pureza
Que emerge da poesia,
Em sua doce harmonia,
Que nas vagas não soçobra,
Ao proteger minha obra
Na difícil travessia.
Essa visão altaneira
Não é mera vaidade,
Pois seria falsidade
Dizer-se de outra maneira;
Esta ânsia sobranceira,
Ao ocaso da jornada,
Há tanto tempo trilhada
De modéstia, revestida,
Para manter escondida
A verdade desejada.
Não vislumbrar seu valor
É viver subjugado,
Ao comum afeiçoado,
Até mesmo por temor
De causar um dissabor
Ou, também, não agradar,
Na hora de demonstrar
O que da verve nasceu
E nos versos transcreveu
Com o poder de criar.
Não é querer ser melhor,
Porém diferente ser.
E dessa forma crescer,
Sem jamais ser o pior,
Como igualmente o menor,
Ao predispor-me à avença,
Por uma vil recompensa,
Sem satisfazer o ego,
Isso recuso, não nego,
Pra dizer, peço licença!








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